Loading...
E os Sonhos, Sonhos São
E os Sonhos, Sonhos São
  • Estreia: 4 Março de 2015
  • Local: Teatro do Bairro
Sinopse

“E os Sonhos, Sonhos são” é um texto construído com textos clássicos da dramaturgia ocidental. Da Voz Humana à Antígona, Ubu Rei ou Shakespeare, Eurípides ou Gil Vicente, pedaços desse corpus servem agora outro enredo. A ideia era simples: cruzar o universo dos palhaços com linguagens dramatúrgicas sofisticadas. Como seria partir do corpo do palhaço e fazê-lo dizer, dentro da sua realidade palhacística, um tomorrow and tomorrow and tomorrow ou uma outra Antígona? Que história vislumbramos aqui? Será circo? Será sonho? Ou o sonho é outra coisa? Os protagonistas são revisitações dos palhaços tradicionais: o palhaço branco ou rico, o palhaço pobre ou augusto, o contra-augusto, o espertalhão, a equilibrista da sombrinha. Tontos e incompetentes para a vida, figuras tragicómicas por excelência, os palhaços apropriam-se igualmente de tudo, da comédia, da tragédia, do melodrama, mostrando, enfim, nessa paródia, a força de textos que, ditos de novo e noutros contextos, mantêm sentido e frescura."
Luísa Costa Gomes

  • E os Sonhos, Sonhos São
  • E os Sonhos, Sonhos São
  • E os Sonhos, Sonhos São
Ficha Técnica

Tradução, dramaturgia e adaptação de texto: Luísa Costa Gomes | Encenação: António Pires; Com: Julie Sergeant, Hugo Mestre Amaro, João Araújo, Mário Sousa, Rafael Fonseca; Figuração e contra-regra: Filipe Castro | Figurinos: Luís Mesquita | Desenho de luz: Vasco Letria | Concepção do espaço cénico: António Pires, Alexandre Oliveira | Construção cenográfica: Gonçalo Pires | Apoio ao movimento: Paula Careto | Mestra Costureira: Rosário Balbi | Técnico de Luz: Filipe Pacheco | Assistência de Encenação: Tomás Nolasco | Assistência de Guarda-Roupa (estagiária): Catarina Rodolfo | Assessoria de Imprensa: Isabel Marques | Administração Financeira: Ana Bordalo | Coordenação de Produção: Andreia Luís | Produtor: Alexandre Oliveira | Agradecimentos: Maria Gonzaga, Noémia Fernandes, Vitor Manuel de Almeida

SEQUÊNCIA DOS TEXTOS

- COCTEAU, A voz humana (a mulher que espera fala ao telefone com o amante)
- SHAKESPEARE, Macbeth (“tomorrow and tomorrow and tomorrow/creeps in this petty pace from day to day”, o intraduzível solilóquio que, em Macbeth, marca a consciência do princípio do fim)
- TCHEKOV, As três irmãs (Irina faz vinte anos e sonha com uma vida preenchida pelo trabalho)
- BECKETT, À espera de Godot (o bruto Pozzo brutaliza a sua besta de carga, Lucky)
- JARRY, Ubu Rei (os melhores impropérios são de Ubu, p´la minha candeia verde!)
- GENET, As criadas (o diálogo da “madame” e da criada, agora dito pela dividida equilibrista)
- BÜCHNER, Woyzek (apresentação do homem: ecce bombo da festa! A “coluna vertebral latina” era boa demais para deitar fora. E como sujeito de experiência científica dificilmente se podia encontrar melhor!)
- SHAKESPEARE, Hamlet (o solilóquio mais famoso do mundo: resisto, não resisto?)
- BÜCHNER, Woyzek (num acesso de ciúmes, Woyzek confronta o amante da sua amante Marie; o resultado é sofrer uma bela carga de pancada)
- SHAKESPEARE , Macbeth (Macbeth lembra-se de como era bom conseguir ter medo)
- O´NEILL, Longa viagem para a noite (…precisa de mais uma dose…! É o fantasma de Mary Tyrone, que assombra Katherine Hepburn…)
- BÜCHNER, Woyzek ( Woyzek quer uma pistola para matar Marie; mas sofre a tirania do orçamento…)
- GIL VICENTE , Auto de Mofina Mendes (depois de perder tudo o que lhe deram para guardar, a desastrada Mofina sonha deleites provindos da venda do pote de azeite na feira de Trancoso)
- MOLIÈRE, O misantropo ( diálogo eterno: um deles aceita os homens como são – corruptos e maus – o outro odeia-os e quer transformá-los. Qual deles é o misantropo?)
- T. S. ELIOT, Cocktail Party (o uso do carrinho das bebidas como guarda-facas)
- OSCAR WILDE, O leque de Lady Windermere (é encontrado o leque da filha de Lady Windermere; Lady Windermere faz elegantemente face à exposição pública e assume um pecado que não é seu)
- SHAKESPEARE, Romeu e Julieta (Romeu compra ao frade boticário o remédio para a perda de Julieta)
- KLEIST, O Príncipe de Homburgo (monólogo final do príncipe, à espera de ser executado; ainda se compraz no cheiro das violetas)
- JARRY, Ubu Rei (mais impropérios!)
- TCHEKOV, As três irmãs (magoada, esta irmã refugia-se na ideia de trabalhar!)
- SÓFOCLES, Antígona (diálogo de Antígona com Ismene, desta vez ao telefone; Antígona quer sepultar o irmão, arrostando a fúria dos que lho proibiram; a piedade assim o exige. Mas espera, estará ele bem morto?)
- TENNESSEE WILLIAMS, Um eléctrico chamado desejo (uma anedota de papagaios num funeral é sempre bem vinda para aligeirar o ambiente; no original, é Blanche quem a conta, no seu soturno jantar de aniversário)
- SÓFOCLES, Édipo Tirano ( Tirésias, o maçador, o que sabe tudo, o que tudo vê, dispara ao calhas : “És tu o assassino de teu pai”! Quem, eu? Sim, tu! E tu! E tu! Não é por acaso que se chama complexo de Édipo!)
- BRECHT, Mãe Coragem (…e lá voltamos aos vestidos, aos casacos e aos remendos! “Escova o casaco, escova-o bem! Depois de escovado é um trapo, mas limpo!”)
- WEDEKIND, Lulu ( a Condessa Geschwitz, uma entre os muitos pretendentes de Lulu, desesperada, contempla o suicídio e decide-se pela forca)
- JARRY, Ubu Agrilhoado (os Três Homens Livres descobrem o que é ser-se muito bem mandado!)
- BRECHT, Mãe Coragem (“Não precisamos só do remendo, precisamos do casaco todo!”)
- PIRANDELLO, Esta noite improvisa-se ( cai a quarta parede)
- SARTRE, Huis Clos/ No exit (em Português, o título é Entre Quatro Paredes; a grilheta de ferro é aqui o bronze da Fundição Barbedienne, inovador na arte industrial, item imprescindível em qualquer salão burguês do Segundo Império; em Huis Clos os três personagens estão mortos)
- IONESCU, Rinoceronte (no primeiro acto de Rhinocéros, os rinocerontes são livres de correr pelas ruas, provocando o espanto e a perplexidade; a gente nem percebe se o que está a ver é real…mas os rinocerontes destroem tudo à passagem…e em breve todos serão rinocerontes.)
- SHAKESPEARE, Rei Lear (no acto V, Edmund entra vitorioso trazendo como prisioneiros Lear e sua filha Cordélia; Lear expõe a Cordélia as vantagens de se estar preso)
- ALMEIDA GARRET, Frei Luís de Sousa (chegou de longe alguém…)
- SHAKESPEARE, Rei Lear ( no início da peça, Kent oferece os seus serviços a Lear; Lear procura o Bôbo)
- EUGENE O´NEILL, Longa viagem para a noite (“De vez em quando ia buscá-lo, quando me sentia só, mas fazia-me sempre chorar, portanto, finalmente, já há muito tempo...”: DETOX, now!)
- EURÍPIDES, Helena no Egipto (Helena afinal não esteve em Tróia; quem lá esteve foi um simulacro de Helena; a verdadeira aguardou pacientemente no Egipto que um naufrágio trouxesse Menelau àquelas paragens; esta é a cena do seu perplexo reencontro)
- GIL VICENTE, Auto da Feira ( o funcionamento dos mercados em duas palavras: não vale a pena produzir o que é bom e bem feito, porque os pobres não têm dinheiro para o comprar. A “ruim comprador” se deve “ruim brocado”. O texto do Auto da Feira devia ir a direito para os manuais da Harvard Business School).
- CALDERÓN DE LA BARCA, A vida é sonho (e os sonhos, sonhos são: portanto, toca a enfrentar!)

Ar de Filmes

Rua Nova de São Mamede, 35, 4ºesq
1250-172 Lisboa, Portugal

Telefone: +351 213 420 810
Chamada para a rede fixa nacional

Telemóvel: +351 918 570 774
Chamada para rede móvel nacional

Email: ardefilmesgeral@gmail.com

Site: ardefilmes.org

Teatro do Bairro
Institucionais
Redes Sociais

yt

yt